História: **Valquiria, O Fantoche Assassino**


Valquiria sorriu maliciosamente enquanto observava o corpo sem vida de seu último alvo. Era o palhaço do circo, que sempre o tratava com desprezo e zombaria. Valquiria não suportava mais ser humilhado e ignorado por aqueles que se achavam superiores a ele. Ele era um fantoche, mas tinha uma alma. Uma alma amarga e vingativa, que ansiava por sangue e sofrimento. 

Ele se lembrou de como chegou ao circo. Foi há alguns meses, quando um caçador de relíquias encontrou-o em uma velha cabana abandonada na floresta. Ele estava coberto de poeira e teias de aranha, mas ainda conservava sua aparência jovial e inocente. O caçador ficou encantado com o boneco e decidiu levá-lo consigo. Ele pensou que poderia vendê-lo por um bom preço, ou talvez usá-lo como uma atração em algum lugar. 

O caçador levou Valquiria para o circo, onde conheceu o dono, um homem gordo e ganancioso, que logo se interessou pelo fantoche. Ele ofereceu uma quantia irrisória pelo boneco, mas o caçador aceitou, pois estava com pressa de partir. O dono do circo colocou Valquiria em uma caixa de madeira e guardou-o em seu escritório. Ele planejava usá-lo como uma peça de decoração, ou talvez como um brinquedo para seus filhos. 

Valquiria ficou furioso com o seu destino. Ele se sentiu traído e abandonado pelo caçador, que o tirou de seu lar e o vendeu como uma mercadoria. Ele também odiou o dono do circo, que o tratou como um objeto sem valor. Ele jurou que se vingaria de todos eles, e de qualquer um que cruzasse seu caminho. 

Ele esperou pacientemente pela oportunidade de escapar de sua prisão. Ele usou seus poderes mágicos, que herdou da bruxa que o criou, para manipular as fechaduras e as cordas que o prendiam. Ele também usou sua habilidade de se comunicar telepaticamente com os animais, para convencê-los a ajudá-lo. Ele fez amizade com um macaco, que lhe trouxe uma faca, e com um corvo, que lhe mostrou os caminhos do circo. 

Valquiria começou a matar uma a uma as pessoas que trabalhavam no circo. Ele escolhia suas vítimas de acordo com seus critérios: aqueles que o ofendiam, que o invejavam, que o temiam, que o ignoravam, que o desprezavam. Ele os atacava à noite, quando estavam dormindo ou distraídos. Ele usava sua faca para cortar suas gargantas, ou seus olhos, ou seus corações. Ele se deliciava com o som de seus gritos e o cheiro de seu sangue. 

Ele também deixava pistas falsas para confundir a polícia, que começou a investigar os assassinatos. Ele plantava evidências que apontavam para outros suspeitos, como o domador de leões, o mágico, o trapezista, o malabarista. Ele também escrevia mensagens enigmáticas nas paredes, com o sangue de suas vítimas, como "Valquiria está aqui", "Valquiria sabe de tudo", "Valquiria é o juiz e o carrasco". 

A polícia ficou perplexa com o caso. Eles não conseguiam encontrar nenhuma ligação entre as vítimas, nem nenhum motivo para os crimes. Eles também não entendiam o significado das mensagens, nem quem era Valquiria. Eles interrogaram todos os membros do circo, mas não encontraram nenhuma prova concreta. Eles estavam perdidos e frustrados. 

Valquiria riu de sua própria genialidade. Ele se sentia poderoso e invencível. Ele estava prestes a completar sua vingança, e ninguém poderia detê-lo. Ele só precisava de mais uma vítima: o dono do circo, o homem que o comprou e o aprisionou. Ele seria o seu último e maior triunfo. 

Ele esperou pela noite, quando o dono do circo estava sozinho em seu escritório, contando o dinheiro que ganhava com os espetáculos. Valquiria se aproximou sorrateiramente, segurando sua faca. Ele estava pronto para dar o golpe final. 

Mas, para sua surpresa, ele encontrou o dono do circo morto em sua cadeira. Ele tinha um buraco de bala na testa, e uma arma na mão. Ao lado dele, havia uma carta, que dizia: 

"Eu não aguento mais. Eu sei que sou o culpado por tudo isso. Eu trouxe Valquiria para o circo, e ele me castigou por isso. Ele matou todos os meus amigos, e agora quer me matar também. Eu não posso fugir dele, ele está em toda parte. Ele é o fantoche assassino, e eu sou o seu criador. Eu me arrependo do que fiz, e espero que Deus me perdoe. Adeus." 

Valquiria ficou atônito. Ele não podia acreditar no que via. Ele foi enganado. Ele foi derrotado. Ele foi frustrado. Ele não conseguiu sua vingança. Ele não sentiu nenhuma satisfação. Ele só sentiu um vazio. 

Ele soltou a faca, e caiu no chão. Ele não tinha mais razão para viver. Ele não tinha mais nada a fazer. Ele só queria morrer. 

Mas ele não podia morrer. Ele era um fantoche, e ele tinha uma alma. Uma alma amaldiçoada, que nunca encontraria a paz.

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