Histórias

 


**A Menina e a Pastilha Cor-de-Rosa**


Era uma vez uma menina chamada Sofia, que adorava mascar pastilhas elásticas de todos os sabores e cores. Ela tinha uma coleção de pastilhas no seu quarto, que guardava em potes de vidro etiquetados. Ela gostava de experimentar combinações diferentes de pastilhas, para ver se criava novos sabores e texturas.

Um dia, ela decidiu mascar uma pastilha cor-de-rosa que tinha comprado na loja de doces. Era uma pastilha especial, que prometia ser a mais saborosa e elástica de todas. Sofia colocou a pastilha na boca e começou a mastigar. Ela sentiu um sabor doce e frutado, que lhe encheu a boca de água. Ela ficou encantada com a pastilha e começou a fazer bolas enormes, que estouravam com um barulho divertido.

Sofia estava tão entretida com a pastilha que nem reparou que tinha chegado à escola. Ela desceu do autocarro e correu para a sala de aula, sem tirar a pastilha da boca. Ela sentou-se na sua carteira e continuou a mascar a pastilha, sem prestar atenção à professora.

A professora, que era muito severa, não gostava que os alunos mascassem pastilhas na aula. Ela achava que era uma falta de respeito e de educação. Ela reparou que Sofia estava a mascar uma pastilha cor-de-rosa e ficou furiosa. Ela gritou com Sofia e mandou-a cuspir a pastilha no lixo.

Sofia ficou assustada e envergonhada. Ela não queria perder a sua pastilha favorita, mas também não queria desobedecer à professora. Ela tentou tirar a pastilha da boca, mas ela estava tão elástica que não saía. Ela puxou e puxou, mas a pastilha só se esticava mais e mais. Ela ficou com a boca cheia de pastilha, que lhe tapava os olhos e o nariz.

A professora ficou ainda mais zangada e impaciente. Ela pegou numa tesoura e caminhou até à carteira de Sofia. Ela agarrou na pastilha que Sofia tinha na boca e cortou-a com a tesoura, deixando um pedaço na boca de Sofia e outro na mão da professora.

- Agora acabou-se a brincadeira! - gritou a professora. - Vai já para a diretoria, Sofia! E leva essa pastilha nojenta contigo!

Sofia ficou assustada e triste. Ela levantou-se da sua carteira e pegou na pastilha que a professora lhe tinha dado. Ela saiu da sala de aula, sob os olhares dos seus colegas, que ficaram em silêncio.

Sofia caminhou pelos corredores da escola, sem saber o que fazer. Ela ainda tinha um pedaço da pastilha na boca, mas não tinha sabor nenhum. Ela sentia-se culpada por ter desobedecido à professora, mas também sentia-se injustiçada por ter sido tratada daquela forma.

Ela chegou à porta da diretoria e bateu. Ela ouviu uma voz que lhe disse para entrar. Ela abriu a porta e viu o diretor sentado à sua secretária, com uma expressão séria.

- Olá, Sofia. A professora já me contou o que aconteceu. - disse o diretor. - Por que é que você estava a mascar pastilha na aula?

Sofia não sabia o que responder. Ela baixou a cabeça e ficou calada.

- Você sabe que isso é proibido, não sabe? - continuou o diretor. - Você sabe que isso é uma falta de respeito pela professora e pelos seus colegas, não sabe?

Sofia continuou sem dizer nada. Ela sentia-se envergonhada e arrependida.

- Você sabe que isso tem consequências, não sabe? - perguntou o diretor. - Você sabe que eu vou ter que te castigar, não sabe?

Sofia levantou a cabeça e olhou para o diretor. Ela viu que ele tinha um olhar severo e autoritário. Ela sentiu medo e angústia.

- Por favor, não me castigue. - implorou Sofia. - Eu prometo que não volto a mascar pastilha na aula. Por favor, me perdoe.

O diretor suspirou e abanou a cabeça.

- Eu sinto muito, Sofia, mas eu não posso te perdoar. - disse o diretor. - Você tem que aprender a respeitar as regras da escola. Você vai ficar de castigo durante uma semana, sem recreio e sem atividades extracurriculares. Você vai ficar na biblioteca, a estudar e a fazer trabalhos. E vai ter que escrever uma carta de desculpas à professora e aos seus colegas.

Sofia não acreditou no que ouviu. Ela ficou de castigo durante uma semana, sem recreio e sem atividades extracurriculares. Ela ficou na biblioteca, a estudar e a fazer trabalhos. E teve que escrever uma carta de desculpas à professora e aos seus colegas.

Sofia sentiu-se muito triste e sozinha. Ela não tinha ninguém com quem brincar ou conversar. Ela só tinha a pastilha cor-de-rosa que a professora lhe tinha dado, que ela guardou no bolso do seu casaco.

Sofia não sabia o que fazer com a pastilha. Ela não queria mascá-la, porque tinha perdido o sabor e a graça. Ela não queria jogá-la fora, porque tinha sido a sua pastilha favorita. Ela não queria dá-la a ninguém, porque tinha sido a causa do seu castigo.

Sofia decidiu guardar a pastilha como uma lembrança. Ela pensou que talvez um dia ela pudesse voltar a mascá-la, quando tudo voltasse ao normal. Ela esperava que esse dia chegasse logo.

Um dia, depois de sair da biblioteca, Sofia foi ao laboratório de ciências, onde tinha que fazer um trabalho sobre reações químicas. Ela tinha que misturar diferentes substâncias e observar os seus efeitos. Ela tinha que usar um avental, uns óculos e umas luvas de proteção.

Sofia pegou num tubo de ensaio e colocou nele um pouco de água oxigenada. Ela pegou num quarto tubo de ensaio e colocou nele um pouco de permanganato de potássio. Ela pegou num quinto tubo de ensaio e colocou nele um pouco de iodo.

Sofia estava pronta para fazer as suas misturas. Ela pegou no tubo de ensaio com ácido clorídrico e juntou-o ao tubo de ensaio com hidróxido de sódio. Ela observou que a mistura ficou quente e borbulhante, e que se formou um sal e água. Ela anotou o resultado no seu caderno.

Sofia pegou no tubo de ensaio com água oxigenada e juntou-o ao tubo de ensaio com permanganato de potássio. Ela observou que a mistura ficou roxa e espumosa, e que se libertou oxigénio. Ela anotou o resultado no seu caderno.

Sofia pegou no tubo de ensaio com iodo e juntou-o ao tubo de ensaio com água oxigenada. Ela observou que a mistura ficou castanha e que se formou um complexo de iodo. Ela anotou o resultado no seu caderno.

Sofia estava satisfeita com as suas experiências. Ela tinha conseguido fazer três reações químicas diferentes, e tinha aprendido algo novo. Ela pensou que talvez a ciência não fosse tão chata como ela pensava.

Sofia lembrou-se da pastilha cor-de-rosa que tinha no bolso do seu casaco. Ela pensou que seria interessante ver o que acontecia se ela misturasse a pastilha com alguma substância química. Ela pensou que talvez a pastilha mudasse de cor, de forma, ou de sabor. Ela pensou que seria divertido fazer uma experiência com a pastilha.

Sofia tirou a pastilha do bolso do seu casaco e colocou-a num sexto tubo de ensaio. Ela olhou para as substâncias químicas que tinha à sua disposição e escolheu uma ao acaso. Ela pegou num tubo de ensaio com ácido sulfúrico e juntou-o ao tubo de ensaio com a pastilha.

Sofia não estava preparada para o que aconteceu a seguir. A mistura entre o ácido sulfúrico e a pastilha cor-de-rosa provocou uma reação violenta, que fez o tubo de ensaio explodir. Um líquido rosa e viscoso saiu do tubo de ensaio e espalhou-se pelo laboratório, sujando as mesas, as cadeiras, o chão, e até o teto. Um cheiro forte e desagradável invadiu o ar, fazendo Sofia tossir e arder os olhos.

Sofia ficou assustada e confusa. Ela não sabia o que tinha acontecido, nem o que tinha feito de errado. Ela olhou para o tubo de ensaio partido e viu que a pastilha tinha desaparecido. Ela perguntou-se onde é que a pastilha tinha ido.

De repente, ela ouviu um som estranho. Era um som parecido com um balão a esvaziar, mas mais agudo e ritmado. Ela seguiu o som com o olhar e viu algo que a deixou boquiaberta. No meio do líquido rosa e viscoso, havia uma pequena bola cor-de-rosa, que se mexia e fazia barulho. Era a pastilha, mas não era uma pastilha normal. Era uma pastilha viva.

Sofia não podia acreditar no que via. Ela tinha acabado de dar vida a uma pastilha elástica, com uma mistura de ácido sulfúrico. Ela não sabia como isso era possível, nem o que isso significava. Ela ficou paralisada, sem saber o que fazer.

A pastilha, por sua vez, parecia muito feliz e curiosa. Ela saltava pelo laboratório, explorando tudo o que via. Ela tocava nas coisas, cheirava as coisas, provava as coisas. Ela fazia sons diferentes, como se estivesse a tentar falar. Ela parecia uma criança, mas uma criança muito estranha.

Sofia sentiu uma mistura de medo e fascínio pela pastilha. Ela não sabia se devia fugir ou ficar. Ela não sabia se devia ignorar ou interagir. Ela não sabia se devia esconder ou mostrar.

Ela decidiu arriscar e tentar falar com a pastilha. Ela aproximou-se dela com cuidado e disse:

- Olá, pastilha. Eu sou a Sofia. Eu fui quem te criou.

A pastilha parou de saltar e olhou para Sofia. Ela fez um som parecido com um "oi" e sorriu. Ela parecia reconhecer Sofia e gostar dela.

- Você está bem? Você sabe o que é? Você sabe o que aconteceu? - perguntou Sofia.

A pastilha fez um som parecido com um "sim" e acenou com a cabeça. Ela parecia entender Sofia e responder-lhe.

- Você é uma pastilha elástica, mas uma pastilha elástica especial. Você é uma pastilha elástica viva. Você nasceu de uma reação química entre o ácido sulfúrico e a pastilha cor-de-rosa. - explicou Sofia.

A pastilha fez um som parecido com um "ah" e abriu os olhos. Ela parecia surpreendida e interessada.

- Você é a minha pastilha favorita, mas eu não sabia que você podia ganhar vida. Você é a minha pastilha amiga, mas eu não sei o que fazer contigo. - confessou Sofia.

A pastilha fez um som parecido com um "aw" e abraçou Sofia. Ela parecia agradecida e carinhosa.

Sofia sentiu uma emoção estranha. Ela tinha acabado de ganhar uma nova amiga, mas uma amiga muito fora do comum. Uma amiga querida e fofinha, mas também uma amiga doida e perigosa. Uma amiga pastilha cor-de-rosa.

Fim. 👸🤴❤

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